RECOMENDAÇÕES PARA UM PIQUENIQUE AINDA MAIS SAUDÁVEL

"Com a chegada do bom tempo, aumenta o interesse em usufruir da natureza na companhia de familiares e amigos, enquanto se faz uma refeição. Um piquenique é uma excelente  oportunidade de comer saudável, em grupo, sem a distração da televisão (os telemóveis também podem ser desligados). É também uma oportunidade pedagógica de nos centrarmos nos alimentos, na gastronomia e nas receitas de família, na partilha dos sabores e na convivência entre gerações, ou seja, nas práticas sugeridas pelo modo de comer mediterrânico. E que a UNESCO considera património da Humanidade.

No entanto, dado o tempo quente e algumas especificidades deste modo de comer, convém seguir algumas recomendações para evitar problemas de saúde, e usufruir sem risco desta prática. Aqui ficam algumas recomendações e cuidados a ter na preparação de um piquenique.

– Se está a planear um piquenique, verifique se tem recipientes adequados. Embalagens suficientes para separar alimentos nos tamanhos adequados.

– Se o peso não é problema e consegue encontrar embalagens de vidro bem vedadas, prefira-as para transportar produtos quentes. Vidro é sempre preferível ao plástico.

– Se optar por embalagens de plástico, prefira as embalagens de Polietileno Tereftalato, ou PET, que é um polímero termoplástico adequado para transportar alimentos. Deite fora embalagens de plástico velhas, colantes ou lascadas, e prefira produtos de plástico que indicam no rótulo não conterem BPA.

– Prefira, sempre que possível, pratos frios. Ou então produtos feitos na noite anterior, como rissóis ou croquetes, que devem ser arrefecidos durante a noite e depois de bem acondicionados no frio durante a noite, transportados no dia seguinte. O mesmo se deve fazer para pratos comprados no dia anterior (como frango ou sobremesas doces).

– Prepare os alimentos, de preferência, cozinhados no próprio dia. Na preparação lave as mãos e utensílios. Não corte frutas ou hortícolas com a mesma faca que cortou carne ou peixe para evitar a contaminação cruzada;

– Fundamental, durante a viagem e preparação, separar frios de quentes. E arranjar malas térmicas de transporte para os alimentos frios com termoacumuladores suficientes para manter o frio.

– Importante também verificar se o carro que vais levar a comida fica protegido do sol e calor antes de iniciar a viagem e antes de se colocar no porta bagagens os alimentos.

– Quando chegar ao local verifique se existe um local fresco para colocar os alimentos, antes de servir. Prepare o local, coloque utensílios, etc. Só no final, retire os alimentos de maior risco do frio, e imediatamente antes de comer. Particular atenção deve ser dada aos alimentos mais perecíveis e de risco (queijo, fiambre, iogurtes, ovos, marisco, etc.).

– Quem distribui os alimentos na mesa deve ter o cuidado de lavar antes as mãos. Mesmo quem coloca os talheres e pratos/copos.

– A fruta lavada é um excelente alimento a incluir. É rica em água o que ajuda na hidratação e uma ótima sobremesa e lanche, fácil de transportar;

– Os hortícolas, cozinhados (sopas) ou crus, bem lavados, como saladas ou em palitos (cenoura, pepino, courgette,..) são opções práticas e saudáveis. Veja aqui a nossa receita de húmus com palitos de vegetais e inspire-se.

– A presença de água é fundamental. Pode sempre aromatizá-la de forma natural, adicionando um pedaço de fruta (limão, laranja, lima..), hortícolas (pepino,..), especiarias (canela,..) ou ervas aromáticas (hortelã, manjericão,..) bem lavadas previamente;

– Evite bebidas alcoólicas, excessivamente açucaradas ou com cafeína;

– Por fim e antes de servir pessoas que não conhece, em particular crianças, pergunte se alguém tem alergia a algum alimento. E em caso de dúvidas na composição de algum prato confecionado fora de casa, não arrisque.

– Aproveite este momento ao ar livre para praticar exercício físico em família como caminhadas, jogos, etc. E ainda para dar a conhecer alguns pratos com frutas e hortícolas e despertar o interesse para novos sabores saudáveis e menos comuns de encontrar no dia-a-dia.

BOM APETITE E APROVEITE !"

7 RAZÕES PARA COMER GRÃO TODOS OS DIAS

 "A Roda dos Alimentos Portuguesa recomenda o consumo diário de uma a duas porções de alimentos deste grupo. As leguminosas podem ser incluídas em sopas (substituindo total ou parcialmente a batata), a acompanhar refeições principais ou até em sobremesas e aperitivos que agora estão na moda, como as pastas à base de grão, características do mediterrâneo, onde o húmus é uma referência.

O grão ou grão-de-bico é um excecional alimento que merece uma atenção redobrada, dado o seu singular valor nutricional. Apontamos aqui algumas razões para o seu consumo regular:
  • Baixo valor energético (cerca de 164 kcal por 100 g), podendo desempenhar um papel importante no controlo do apetite devido à sua composição com valores elevados de proteína, fibra e hidratos de carbono de absorção lenta;
  • Elevado teor em fibra (8 g por cada 100 g de grão cozido). As diversas substâncias presentes na fibra, mais ou menos indigeríveis, são importantes na manutenção de um adequado funcionamento intestinal na redução dos níveis plasmáticos de colesterol e na modulação da glicémia (níveis de açúcar no sangue);
  • Grande valor vitamínico, em particular de vitaminas do complexo B, com particular destaque para o ácido fólico uma vitamina cujas necessidades estão aumentadas na gravidez, permitindo, quando consumida em doses adequadas, reduzir o risco de defeitos no tubo neural;
  • Grande valor mineral, principalmente em ferro, magnésio, potássio, zinco, cobre manganésio, entre outros;
  • Presença elevada de substâncias químicas bioativas como os compostos fenólicos, oligossacáridos e inibidores enzimáticos que podem ter um papel importante na prevenção de doenças crónicas. Entre estas substâncias, podemos encontrar, no grão, carotenoides como β-carotenos, luteína, xantinas e licopenos. Pensa-se que estas substâncias, quando consumidas em quantidades adequadas e de forma regular, podem neutralizar os radicais livres e combater o processo de envelhecimento das células;
  • Valor elevado de proteína vegetal. Apesar de a proteína do grão não ser completa, ao ser combinada com cereais, como o arroz, o seu aproveitamento pelo organismo aumenta;
  • O cultivo e a produção de grão são importantes para a proteção do ambiente. O grão, à semelhança de outras leguminosas, possui a capacidade de absorver e produzir naturalmente azoto, não sendo necessário a utilização de fertilizantes azotados."


Tarte de Requeijão com Legumes

Para a massa:
150g farinha de trigo
100g farinha integral
2 colheres de sopa de sementes de linhaça
1 colher de chá de sal
3 colheres de sopa de azeite
1 ovo L
0,5 dl vinagre de sidra

Para o recheio:
300g alho francês em rodelas
2 colheres de sopa de azeite
250g ervilhas congeladas
1 colher de chá de sal
4 a 5 pés de tomilho-limão
200g requeijão
20g sultanas douradas
30g miolo de noz
q.b. pimenta preta de moinho
100g queijo mozzarella ralado

Misture as farinhas com as sementes de linhaça e o sal, adicione o azeite, o ovo e o vinagre de sidra e amasse todos os ingredientes. Estenda a massa com o rolo untado de farinha e coloque-a numa tarteira de 24 cm de diâmetro, forrada com papel vegetal. Pique o fundo com um garfo e deixe repousar enquanto prepara o recheio. Ligue o forno a 200ºC.
Lave e escorra o alho-francês em rodelas. Leve o azeite a lume brando, num tacho, com o alho-francês e as ervilhas. Tempere com o sal e deixe cozinhar sobre lume brando até os legumes estarem macios.
Retire do lume, junte as folhas de tomilho-limão, o requeijão desfeito em pedaços, as sultanas e as nozes grosseiramente picadas. Tempere com a pimenta e misture bem. Deite na tarteira, vire os bordos da massa sobre o recheio e coloque-a na prateleira mais baixa do forno Passados 20 minutos, polvilhe com o queijo mozzarella ralado e leve de novo ao forno mais 15 a 20 minutos.

Massa de tarte

100 g de farinha de trigo integral
100 g de farinha de trigo
20 g de farinha de centeio integral
1 ovo grande
água com gelo
3 colheres de sopa de azeite

Colocar cubos de gelo num copo até à borda, encher com água e reservar.
Colocar as farinhas numa taça e abrir um buraco no centro.
Adicionar o azeite, misturando bem até este estar bem misturado nas farinhas.
Bater, levemente, um ovo. Quando a gema e a clara estiverem misturadas adicionar um pouco de água gelada.
Despejar a mistura de ovo e água no centro do buraco e misturar com a ponta dos dedos.
Adicionar água gelada pouco e pouco até obter uma massa uniforme.
Colocar a massa num recipiente fechado, por exemplo um tupperware, e refrigerar.
Pode ser usada 30 minutos depois, ou até 48 horas após ter sido feita.

Imagem: https://bebrainfit.com/olive-oil-brain-food/

Carpaccio de Abacaxi com Romã e Hortelã

1/2 (300 g) abacaxi
1/2 (100 g) romã
4 a 5 folhas de hortelã

Tire a casca e os “olhos” ao abacaxi e corte-o em lâminas tão finas quanto conseguir, aproveitando toda a calda que escorrer.
Disponhas as fatias de abacaxi em coroa, dentro de um prato fundo. Abra a romã, retire-lhe os bagos e espalhe-os sobre as fatias de abacaxi.
Sirva fresco.

Tarte de Abóbora com Requeijão e Espinafres

1 (1 kg) abóbora butternut
200 g requeijão
30 g farinha
1 colher de chá de sal
q.b. pimenta
q.b. noz moscada
3 ovos M
30 g  miolo de noz
1 (170 g)  folhas de espinafres
1 (230 g)  massa de tarte (receita aqui)


Ligue o forno e ligue-o na função estática para os 180 º C.
Corte a abóbora ao meio coloque num tabuleiro com a parte cortada virada para cima e deixe cozinhar durante cerca de 30 minutos.
Deite o requeijão numa tigela, junte-lhe a farinha, o sal e uma pitada de pimenta moída  e de noz-moscada. Desfaça o requeijão com um garfo ao mesmo tempo que o mistura com os restantes ingredientes. Adicione os ovos e misture muito bem.
Pique grosseiramente o miolo de noz.
Retire a abóbora do forno, elimine as pevides e a casca e esmague a polpa com um garfo. Junte a polpa da abóbora à mistura de requeijão, adicione as folhas de espinafres e as nozes picadas e misture bem.
Forre uma forma de tarte com cerca de 24 cm de diâmetro e bordos altos, com a massa para tarte. Pique o fundo com um garfo e recheie com a mistura de requeijão e abóbora.
Leve ao forno e deixe cozinhar durante cerca de 40 minutos.

Creme de Tomate

1 (150 g) cebola
1 (300 g) bolbo de funcho
1 (150 g) cenoura
2 colheres de sopa de azeite
1 kg tomate
1 (8 g) colher de sopa de sal
1 ovo S
1 l água
1 colher de sopa de cebolinho picado

Descasque a cebola e pique-a finamente, elimine os talos rijos do bolbo de funcho, reserve as folhinhas verdes e pique a parte restante. Pele a cenoura e corte-a em cubinhos pequenos.
Deite o azeite e os legumes numa panela, tape e leve a cozinhar sobre lume muito brando.
Entretanto, pele o tomate, corte-o ao meio e limpe-o de sementes. Pique o tomate em pedaços e junte-o aos restantes legumes. Salpique com cerca de 1 colher de sobremesa de sal, volte a tapar e deixe cozinhar durante cerca de 10 minutos, mexendo de vez em quando.
Ao mesmo tempo coza o ovo em água temperada com sal durante 10 minutos.
Adicione a água a ferver. Quando os legumes estiverem macios triture-os com a varinha mágica e retifique os temperos se necessário.
Descasque o ovo e pique-o finamente.
Deite a sopa nos pratos de serviço, salpique com o ovo picado e as folhinhas de funcho e o cebolinho.

Dica: Para ser mais fácil pelar o tomate, faça um corte em forma de cruz na ponta e escalde em água a ferver 1 a 2 minutos.

Laranja com Canela e Romã

1 (100 g)  romã
4 (500 g)  laranjas
q.b.  canela em pó
q.b.  hortelã fresca

Abra a romã e retire os bagos reservando o suco que conseguir aproveitar.

Descasque as laranjas de modo a eliminar qualquer película branca, corte em rodelas e disponha-as nos pratos de serviço. Salpique com uma pitada de canela em pó e por cima distribua os bagos de romã e o seu suco.
Enfeite com folhinhas de hortelã fresca.

Peras Salteadas com Morangos e Nozes

3 peras
2 colheres de sopa de azeite
200 g morangos
1/2 limão
30 g miolo de noz

Descasque as peras e corte-as em gomos, eliminando os caroços.
Aloure as peras numa frigideira no azeite quente e deixe caramelizar, mexendo de vez em quando.
Adicione os morangos, lavados e cortados em pedaços. Regue com o sumo do limão.
Retire do lume, distribua pelos pratos de serviço e salpique com as nozes grosseiramente picadas.
Enfeite com raspa da casca de limão.

Risotto de Legumes

300 g mistura de cogumelos (Paris, Portobello e Pleurothus)
3 a 4 pétalas de tomate seco em conserva
300 g abóbora limpa
400 g brócolos
3 colheres de sopa de azeite
100 g cebola
1 colher de sobremesa de sal
250 g arroz para risotto
2 dl vinho branco
q.b. água
q.b. pimenta
60 g queijo Parmesão
60 g miolo de pinhão

Limpe os cogumelos com papel de cozinha e corte-os em pedaços. Corte as pétalas de tomate seco em tiras e a abóbora em cubos. Separe os brócolos em ramos, lave-os e coza-os a vapor durante seis minutos.
Deite o azeite num tacho e leve a lume brando com a cebola picada. Quando a cebola começar a alourar, adicione os cogumelos e salteie-os durante um a dois minutos sobre lume médio a forte. Junte a abóbora e cozinhe mais dois a três  minutos. Tempere com o sal, junte o arroz e deixe fritar um pouco, mexendo sempre. Adicione o tomate seco e refresque com o vinho branco. Continue a mexer e, quando o arroz tiver absorvido quase todo o líquido, vá adicionando água a ferver aos poucos, mexendo até o arroz estar cozinhado mas cremoso.
Tempere com pimenta, adicione os brócolos cozidos e o queijo ralado e envolva-os bem no arroz. Polvilhe com os pinhões levemente tostados e sirva imediatamente.

PREVENIR A DEMÊNCIA ATRAVÉS DA ALIMENTAÇÃO

"UM EM CADA TRÊS CASOS DE DEMÊNCIA PODEM SER PREVENIDOS ATRAVÉS DE ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS, NOMEADAMENTE ATRAVÉS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR E DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS.

Estes resultados publicados recentemente na prestigiada revista científica “Lancet” vêm de encontro a outros estudos recentes de investigadores portugueses onde se relaciona o estado nutricional com a Doença de Alzheimer.
O PNPAS publicou um manual sobre “Nutrição e Doença de Alzheimer”,em parceria com o Centro Virtual sobre o Envelhecimento, onde se aborda o papel da nutrição e de um estilo de vida saudável na prevenção e progressão da doença de Alzheimer que atinge mais de 160 000 portugueses que pode ser lido gratuitamente aqui.
O manual aborda a informação científica disponível sobre o papel protetor dos nutrientes e de alguns alimentos, como o peixe, hortícolas, frutas e leguminosas, e ainda de determinados tipos de padrões alimentares com destaque para a Dieta Mediterrânea, na evolução desta doença."

QUAIS OS ALIMENTOS A LEVAR NUMA VIAGEM DE AUTOMÓVEL?

"Com a chegada das férias, chegam também as longas viagens de carro. Para além das inúmeras malas e outros artigos podemos também planear quais os alimentos a levar. Ao longo das estradas são muitas as estações de serviço onde podem ser feitas refeições e comprar alimentos. No entanto, a grande maioria apresenta opções muito caras e uma oferta, muitas vezes, excessivamente calórica e nutricionalmente pouco interessante.

NESTE SENTIDO, DEIXAMOS AQUI ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA OS ALIMENTOS A LEVAR EM VIAGEM:

– Hidrate-se! Beba água! Nestas viagens, especialmente nos períodos de maior calor, uma correta hidratação é essencial. Quando estamos desidratados a nossa capacidade de atenção e reação está diminuída, o que não deve acontecer. Em particular para quem conduz.  Mas a desidratação também se associa a irritação e má-disposição. Não vale a pena.  Leve sempre consigo uma ou mais garrafas de água, arrefecidas na noite anterior, em quantidade suficiente para todos os elementos presentes no carro.

– Opções práticas. Opte por alimentos práticos e de fácil consumo. Os frutos oleaginosos (noz, amêndoa, amendoim, pinhão, avelã) são uma excelente opção. Fornecem energia de qualidade, prolongam o período sem fome, são saborosos e ocupam pouco espaço. Conheça as possíveis combinações de frutos oleaginosos com frutas aqui.

– Prefira alimentos que não se alterem com o calor. O pão (mistura ou integral), frutos oleaginosos, a fruta lavada são boas opções.

– Pré-prepare os alimentos para comer enquanto viaja. Lave a fruta, separe os bagos das uvas, faça sandes mini, tenha guardanapos suficientes, pense em quem vai comer e adeque as porções. Lave bem as mãos antes de iniciar a preparação. Se fizer as sandes na noite anterior, guarde tudo no frigorífico.

– Evite levar: alimentos com molhos (maionese, natas), gelatina, produtos de pastelaria com cremes (creme de ovos, chantilly), marisco, quiches, empadas ou folhados que poderão facilmente alterar-se com o calor e apresentar risco microbiológico.

– Se optar por levar alimentos mais perecíveis (queijo, fiambre, iogurtes, etc.) acondicione-os em geleiras, sacos ou malas térmicas com cuvetes de gelo ou placas frias para manter a temperatura. O mesmo para os sumos naturais.

– Antes da viagem, verifique se tem o automóvel em lugar fresco. Evite iniciar uma viagem com alimentos guardados num automóvel já quente.

– Faça uma pequena refeição antes de iniciar a sua viagem. Evite passar longos períodos sem comer, especialmente se as viagens forem longas. Aproveite os parques das estações de serviço, mesmo não entrando. Páre regularmente para esticar as pernas. Faça alguns alongamentos."

COMO LIDAR COM UM “BUFETE TUDO INCLUÍDO” E ME/SMO ASSIM TER UMAS EXCELENTES FÉRIAS

"Com a chegada das férias são muitas as famílias que procuram hotéis e alojamentos com o regime tudo incluído. Por norma, nestes locais, os bufetes são abundantes com grande diversidade de alimentos e a oferta é praticamente irresistível. São muitas as tentações que acabam facilmente em exagero. Um pesadelo para quem tem tendência em aumentar de peso. Mas também pode ser um prazer para quem tiver alguns cuidados básicos.


FICAM AQUI ALGUMAS SUGESTÕES E ESTRATÉGIAS QUE PODE UTILIZAR PARA MANTER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SOBREVIVER AOS BUFETES DURANTE AS FÉRIAS:

– Escolha uma mesa com boa vista ou em local agradável. Afaste-se das mesas onde está a comida e a confusão. Quanto mais afastado melhor. Menos stress alimentar e mais prazer na refeição.

– Opte pela água como bebida de eleição a acompanhar a refeição. A água não só promove a saciedade, como hidrata em tempos de calor e limpa as papilas gustativas permitindo saborear (sem calorias adicionais) ao máximo todos os novos sabores que tem pela frente.

– Inicie sempre a refeição com uma sopa de legumes ou com uma boa salada antes de passar para a escolha do prato principal. Por vezes, estes bufetes têm excelentes saladas.

– Dê uma volta completa ao bufete antes de começar a selecionar os alimentos para o seu prato. Não leve o prato na mão, nesta primeira ronda. Assim, terá noção de toda a oferta disponível e poderá fazer uma escolha mais consciente sem grandes impulsos.

– Opte por um prato pequeno ou mesmo de sobremesa para a refeição principal. Ter à frente um prato cheio (mesmo que pequeno) contribui para a sua saciedade e acabará por consumir menor quantidade. Repita se necessário.

– Repita as rotinas de casa, mas com novos sabores e aromas. Na seleção dos alimentos lembre-se que os legumes e saladas devem fazer parte da constituição do seu prato. E lembre-se, que tal como em casa apenas costuma fazer uma única refeição com uma fonte de proteína (carne, peixe, ovos) e hidratos de carbono (arroz, massa, batata). Não se deixe levar pelo exagero.

– Lembre-se que cada dia poderá experimentar um novo prato e sobremesa. Não tem de provar e misturar tudo no mesmo dia. Ao misturar tudo numa só refeição ou prato, perde a noção dos sabores e torna a refeição mais banal sem um momento de distinção.

– No final da refeição, lembre-se da fruta. É uma ótima sobremesa e rica em água necessária para a manutenção da hidratação durante os dias quentes de verão. Só depois prove as sobremesas doces se ainda tiver apetite. Lembre-se da dica anterior. Uma sobremesa nova por dia. Evite misturas.

– Monitorize o que as suas crianças colocam no prato. Repita a mesma estratégia que utilizou para si. Sopa ou saladas, refeição principal e fruta. Só depois sobremesa e água a acompanhar. E acompanhe-as nas primeiras escolhas, explicando sabores e pratos novos. Evite que as crianças façam escolhas sozinhas. Incentive a prova de novos sabores, explique os novos alimentos disponíveis. Divirta-se com elas. Mas não as deixe totalmente sozinhas, em particular nas primeiras escolhas.

– Por fim, aproveite estes dias para se mexer mais. Bastante mais. E escolha atividades que lhe dêem prazer. Sozinho ou em grupo. Passear ou dançar diariamente podem ser boas opções

Lembre-se que provar novos alimentos e comentar novos sabores faz parte da experiência de umas férias memoráveis. Já trazer uns quilos a mais, não!"

Guia de sobrevivência alimentar para as férias de Verão

Pedro Carvalho, in Jornal Público
30 de Julho de 2017

"Nas férias existem asneiras que se podem fazer todos os dias e outras que se podem fazer só de vez em quando.

 O principal ponto de partida para este guia é que ele se cinja às pessoas que querem mesmo ter o máximo cuidado com a alimentação nas férias. Uma das máximas de uma abordagem alimentar flexível é a de que em férias não há muito espaço para fundamentalismos e restrições exageradas. Da mesma forma que não é o dia de Natal e passagem de ano que estragam o resto do ano, também as férias de Verão devem ser gozadas por inteiro com tudo a que se tem direito. Ainda assim, como estamos a falar de uma a três semanas e não de dois a três dias, existem algumas regras que, se forem cumpridas, fazem com que o “dano” seja menor.


Podemos quase classificar as férias em dois tipos no que se refere à alimentação: férias de “hotel e praia” e férias de “mochila às costas”. Cada uma terá os seus desafios específicos, mas o objectivo em cada uma delas é fazer o seguinte:

– Resistir ao buffet de pequeno almoço – ovos, queijo, iogurte e leite magros, fruta e pão escuro serão sempre as opções a privilegiar para atingir uma boa ingestão proteica que dê para toda a manhã. Quanto à quantidade de hidratos de carbono, é logicamente diferente para os “mochileiros” que poderão fazer dez a 20 quilómetros por dia a pé e para quem ficará entre praia e piscina todo o dia. Se apanha um buffet com muitos bolos e sobremesas incríveis, divida o mal pelas aldeias e experimente um por dia, em vez de andar todos os dias a comer um prato cheio deles;

– Faça as asneiras valerem a pena – que é o mesmo que dizer que convém que sejam as iguarias típicas do local onde está de férias. Seja o peixe grelhado, o marisco, o pão alentejano, a comida oriental ou as pizzas e massas. Não “gaste créditos” calóricos em erros alimentares completamente desprovidos de ligação cultural à gastronomia local.

– Ande com o seu “kit de sobrevivência” atrás – seja na praia ou em passeio, convém não passar muito tempo sem uma boa ingestão proteica e sem se hidratar convenientemente. Por isso ter na mochila água, fruta, barras proteicas (atentando à quantidade de gordura e açúcar que possuem) ou até o seu shaker com proteína em pó são sempre alternativas práticas e válidas para aquele período, muitas das vezes excessivo, que passa entre o almoço (algumas vezes até o pequeno-almoço) e o jantar.


Falando agora de clássicos de Verão, nas férias existem asneiras que se podem fazer todos os dias e outras que se podem fazer só de vez em quando.

Vamos ao caso das bebidas: é diferente beber um refrigerante light/zero que tem 0 a 15 kcal, ou uma cerveja quem tem 60-80 kcal, ou até um copo de vinho que pode chegar às 120 kcal, e uma sidra com 180 kcal ou uma caipirinha com quase 400 kcal.

Nas sobremesas de praia também há certamente coisas que se podem fazer todos os dias, como um gelado de “gelo” com água e açúcar ou um gelado de leite de fruta que nunca ultrapassa as 100 kcal. É bem diferente de um gelado de cone ou com cobertura de chocolate que já pode chegar às 300kcal ou de uma bola-de-berlim que, dependendo do tamanho e do recheio, pode muito bem atingir as 500 kcal.

Nas grandes refeições, também existem muitos erros que se fazem de forma inconsciente. Vamos fazer o seguinte exercício: uma pessoa que esteja a tentar manter a linha e leu numa revista trendy que os hidratos de carbono são um bicho papão decide pedir uma salada sem hidratos. Escolhe então uma salada que tem os seguintes ingredientes: meio abacate, 100 g de salmão fumado, 1 ovo e 40 g de nozes (um punhado). Tempera com um “fiozinho” de azeite que se traduz em quatro colheres de sopa (pode parecer uma quantidade descabida, mas basta fazer esta experiência em casa para ver a quantas colheres corresponde o nosso “fiozinho” de azeite). Temos então uma salada com menos de 5 g de hidratos de carbono e por isso a pessoa está de parabéns, pelos vistos não vai engordar! Há só um “pequeno” problema… Esta salada tem mil (sim, leu bem, mil) calorias! É uma salada cheia de “boas” calorias e que corresponde na totalidade a um “eat clean”, mas que tem tantas calorias como uma pizza, lasanha, francesinha e demais bombas que são reconhecidas por toda a gente. O mesmo exercício pode ser feito para outros pratos tão agradáveis de comer no Verão como ceviche de salmão (são boas gorduras, mas o salmão têm 20 % de gordura e 300 kcal em cada 100 g), sushi com demasiadas peças de salmão ou com queijo creme, e até o carpaccio (quando é servido com demasiado azeite e parmesão).

É importante não esquecer que o nosso organismo é uma máquina que está constantemente em contagem das calorias que entram e das calorias que são gastas. Há calorias melhores do que outras certamente, mas o acto de engordar/emagrecer corresponde a um desequilíbrio positivo ou negativo deste balanço energético. Por isso, mesmo que as gorduras sejam boas, o risco de nos engordarem quando se comem em excesso também é grande.

Boas férias!"

Scientists just found another worrying link between sugar and depression

Research may make sweets harder to swallow. (AP Photo/Kathy Willens)
"Lately, the science has really been stacking up evidence against consuming sugars in excess.
In addition to being linked to conditions like obesity, diabetes,inflammatory diseases, eating high levels of sugar has been associated with mental illnesses like depression. In a study published July 27 in Scientific Reports that followed over 8,000 adults over 22 years, researchers from University College London found that men who reported consuming foods that contained 67 grams of sugar per day or more were 23% more likely to be diagnosed with clinical depression after five years from when the study began.
For their work, researchers followed the a cohort called the Whitehall Study II, which tracked health and stress data for civil servants aged 35 to 55 in London beginning in 1985. Every few years, participants filled out surveys about their diets and other markers of health—including whether or not they had been clinically diagnosed with mental health conditions like depression and anxiety. Participants didn’t have any mental illnesses diagnosed to start, and researchers used their food questionnaires to estimate how much sugar each person was eating per day.
After the first five-year follow up, men who ate the most sugar, which the authors categorize as 67 grams or more per day—almost twice the amount of sugar intake recommended by the American Heart Association, and roughly three and a half regular sized Snickers bars—had higher rates of mental health diagnoses than those who ate less sugar, regardless of whether or not they were overweight. Even during years when participants reported eating less sugar, levels of mental illness stayed the same, which suggests that previous sugar habits had led to depression or anxiety and not the other way around. In this study, the relationship between sugar and mental illness wasn’t well-defined among women.
Anika Knuppel, a doctoral candidate in epidemiology at the University College London and lead author of the current paper, cautions that these studies can’t prove added sugar causes mental illness. Studies that follow self-reported health data over time are inherently flawed because even when participants have honest intentions, they have poor memories about what they eat. The only thing that could would be a randomized controlled study, which would be unethical to perform knowing the links between sugar and other health consequences, Knuppel says.
But there are theories as to how excess sugar may affect mental health. James Gangwisch, a psychologist at Columbia University who found a link between sugar and depression in postmenopausal women, has postulated that foods high in sugar that are easy to break down may cause our blood sugar to immediately rise, and then plummet. This crash puts a stress on the body, and it responds by releasing hormones like cortisol and adrenaline, which, over time may lead to anxiety or depression. Furthermore, animal research in rats has shown (paywall) that diets high in fat and sugar can lead the brain to produce less of a protein called BDNF, which has been associated with anxiety and depression in humans, Knuppel says.
All this is to say that there isn’t proof that sugar causes mental illness, but that there is a growing amount of evidence that suggest that eating a lot of extra sugar has consequences that go far beyond our waistlines. It’s worth considering how much added sugar is in your own diet beyond what’s found naturally in foods like fruits, which don’t give us the same blood sugar spike that foods like candy do. The US Food and Drug Administration has mandated that all food labels include added sugars by July 26, 2018."

Roda dos Alimentos Mediterrânica: versão interativa

"Roda dos Alimentos Mediterrânica: A nova Roda dos Alimentos Mediterrânica é agora apresentada numa versão interativa. Ao longo desta ferramenta é possível explorar os vários grupos de alimentos característicos do padrão alimentar mediterrânico, juntamente com os princípios associados ao estilo de vida mediterrânico.

Edição/autoria: PNPAS/DGS (Pedro Graça, Sofia Mendes de Sousa, Maria João Gregório)

Este material pedagógico teve por base a “Roda da Alimentação Mediterrânica” uma produção da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto com o apoio da Direção-Geral Consumidor.

Se tem dificuldades em ver este interativo no Internet Explorer, recomendamos o uso dos browsers Google Chrome ou do Opera, em PC, ou do Safari, em Mac."




Fonte, imagem e vídeo: http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos-mediterranica/

Pais estão preparados para retirar de casa alimentos que fazem mal?

Alexandra Campos, in Jornal Público
29 de Julho de 2017

"Se uma mãe ou um pai não comem peixe nem sopa em casa como é que podem exigir que a criança coma peixe ou sopa na escola?". A pergunta é Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Alimentação Saudável.

Cinco anos depois de o programa da alimentação saudável ter sido criado, que balanço faz? Os portugueses estão a comer melhor?
Temos agora informações suficientes para tomar decisões políticas. Um manancial de informação que inclui o inquérito alimentar nacional (o anterior tinha sido feito em 1980), o inquérito nacional de saúde com exame físico, um conjunto de ferramentas que nos permitiu tirar uma fotografia. E esta fotografia diz-nos que temos uma população que está a aproximar-se dos hábitos alimentares do resto da Europa, a comer mais carne e produtos de origem animal, mas que mantém um consumo relativamente elevado de frutos e hortícolas.

Percebemos também que há variações no consumo e na saúde que são aparentemente muito condicionadas pelos estratos sociais das populações. Quando a população é menos escolarizada, tem, por exemplo, o dobro da prevalência da obesidade. Isso também acontece na diabetes, hipertensão, displidemia, todas as patologias que são crónicas.
Esta população medicada e doente crónica é muito mais frequente nos estratos com menos escolaridade, menor capacidade económica, maior vulnerabilidade. Esta informação serve também para desmontar uma falsa ideia. O facto de obesidade poder estar agora estável não significa que não possa estar pior nas classes sociais mais baixas. É uma falsa sensação de estabilidade e isso vai obrigar o SNS e os profissionais de saúde a uma atenção diferenciada a esta população.

Ter muita informação não chega. O facto de as pessoas saberem que determinados produtos fazem mal não as impede de continuarem a comprá-los, até pelo ambiente em redor que apela constantemente ao seu consumo.
Sim, mas mudar o ambiente obesogénico significa duas coisas: actuar dentro e fora de casa. Primeira questão: estão as famílias preparadas para retirar de casa uma série de produtos que fazem mal, dando os pais o exemplo aos filhos?

As pessoas que mais copiamos são os nossos pais. Se uma mãe ou um pai não comem peixe nem sopa em casa como é que podem exigir que a criança coma peixe ou sopa na escola?
Um dos principais fornecedores de sal da nossa alimentação ainda é a sopa que comemos em casa. Somos muito permissivos com o sal e o acúcar, sabendo nós que são produtos de alto risco – para a hipertensão, o AVC, o cancro de estômago e outros tipos de cancro. Raríssimas vezes mandamos a sopa com sal a mais para trás num restaurante, há essa permissividade social.

Com a população mais desfavorecida estão a construir uma resposta diferente?
É uma mudança de paradigma. Temos estado a trabalhar com o Ministério da Segurança Social. A ajuda alimentar a pessoas carenciadas é baseada na oferta de alimentos em formato de cabaz. O cabaz [tradicional] tinha uma quantidade elevada de produtos com muito acúcar, como bolachas, com muita massa, arroz, etc. Aumentámos determinados produtos como feijão, grão, leguminosas, introduzimos hortícolas, carne e peixe. Estamos agora a construir uma formação para formadores que depois possam ajudar estas pessoas a saber gerir um cabaz deste tipo.

Também estamos a promover produtos que são promotores de saúde. O nosso drama é que não há marcas de frutos e hortícolas. Se não for o Estado a promover, não há marketing de alfaces… E temos que promover este tipo de produtos junto das crianças desde muito pequenas. Outro problema: numa sociedade de informação, a quantidade de lixo informativo é brutal.

Os hospitais, as instituições públicas devem perceber a responsabilidade que têm de passar informação de qualidade, funcionar como faróis para orientar as pessoas no meio de toda esta confusão."

Governo quer pôr os portugueses a comer mais frutas e legumes


Metas para 2020: diminuir em 10% a quantidade de sal e de açúcar dos principais
grupos de alimentos ricos em sal e doces e aumentar em 5% o número de pessoas
que come frutas e legumes todos os dias. Nuno Ferreira Santos
Alexandra Campos, in Jornal Público
29 de Julho de 2017

"Há muitos portugueses com excesso de peso. Mas quase 15% da população idosa está em risco de desnutrição. Governo quer aumentar em 5% o número de pessoas que comem frutas e legumes.


Que os portugueses estão gordos, já se sabia. Mas a obesidade e doenças relacionadas, como a diabetes, “são mais comuns nos mais pobres” e “os que mais estudaram são, normalmente, os que comem melhor”. São conclusões do último balanço do estado alimentar e nutricional da população portuguesa, que vai ser apresentado hoje em Lisboa.

É um país desigual o que emerge da espécie de fotografia traçada no relatório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável 2017. Ao mesmo tempo que mais de metade da população tem peso a mais, há uma franja significativa dos idosos (quase 15%) que está em risco de desnutrição. As desigualdades sociais e a sua influência nas doenças de origem alimentar são evidentes, enfatiza Pedro Graça, director deste programa prioritário da Direcção-Geral da Saúde (DGS). As pessoas que têm acesso à dieta mediterrânica são, aparentemente, as socialmente mais favorecidas, diz o especialista, que frisa que, cinco anos depois deste programa ter sido criado, há informações suficientes para tomar decisões políticas.

Os dados compilados no relatório — hoje será também apresentada a estratégia interministerial para a promoção da alimentação saudável 2017-2020 — incluem os resultados do último inquérito alimentar nacional. E não deixam dúvidas: se 38,5% dos que completaram apenas o 2.º ciclo do ensino básico são obesos, na faixa dos que acabaram o ensino secundário a percentagem de pessoas com um índice corporal que as coloca para lá desta linha vermelha baixa para 17,1%, e, nos que têm um curso superior, diminui para 13,2%. 

A nível nacional, 22,3% dos portugueses são obesos e 34,8% são pré-obesos, indica o último inquérito alimentar que veio finalmente actualizar dados que não o eram desde 1980. Mas também há boas notícias: a obesidade infantil parece ter estabilizado. Pedro Graça prefere, mesmo assim, olhar para estes números com cautela, porque é preciso continuar a investir e muito na prevenção e na informação, sobretudo nestas franjas etárias.

Um exemplo do que tem que ser mudado: as crianças e os adolescentes, apesar de serem os que consomem maior quantidade de leite, iogurte e cereais de pequeno-almoço, são os que menos comem fruta e produtos hortícolas.

E, se a maior parte da população diz que a água é a sua bebida preferida, os dados revelam que o consumo inadequado de refrigerantes e néctares continua a ser uma realidade, sobretudo entre os adolescentes — 43% admitem beber pelo menos uma garrafa ou lata por dia.


PÚBLICO -


Em suma: muitos portugueses comem mal. Bem podemos ter aprendido na escola a desenhar a roda dos alimentos. Na prática, mais de um quinto dos produtos que consumimos nem sequer estão incluídos neste esquema que define as percentagens dos que devemos comer diariamente. “Os bolos, doces, bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes, néctares e bebidas alcoólicas representam 21% do consumo total”, refere o relatório.

Feito o diagnóstico, as metas para 2020 são ambiciosas: diminuir em 10% a quantidade de sal e de açúcar dos principais grupos de alimentos ricos em sal e doces, aumentar em 5% o número de pessoas que come frutas e legumes todos os dias e aumentar em 20% o número de pessoas que conhece a alimentação mediterrânica. 

Vai ser possível? Pedro Graça acredita que sim. O programa que lidera tem muita informação e disponibiliza receitas saudáveis e baratas no sítio institucional www.alimentacaosaudavel.dgs.pt e no blogue www.nutrimento.pt. É só dar uma olhada.

O maior problema
Comer mal é tudo menos inócuo. É “o principal factor responsável pela perda de anos de vida saudável (15,8%)”, lembra o relatório. A obesidade e o peso em excesso são o nosso maior problema de saúde pública. Num país em que quase 10% da população tem diabetes e 36% sofre de hipertensão arterial, há uma multidão que vai andar medicada para o resto da vida e vai ter que recorrer mais aos serviços de saúde."